A tilápia é um peixe de água doce, conhecido por ter poucas espinhas e por sua carne leve e saborosa. Apesar de sua origem no Rio Nilo, a espécie se tornou popular no Brasil, tanto em consumo quanto em cultivo.
De acordo com o Anuário 2021 da Associação Brasileira da Piscicultura (Peixe BR), a produção de tilápia no país atingiu mais de 486 mil toneladas em 2020, um aumento de 12,5% com relação ao ano anterior. A espécie é a mais consumida pelos brasileiros, com uma média de 2,7 quilos per capita ao ano.
O crescimento da produção de peixes no país ao longo dos anos, principalmente da tilápia, tem transformado a vida de diversas famílias. Raimundo Fernandes Gurgel, por exemplo, trocou o trabalho de pedreiro pela piscicultura.
“Eu trabalhava de pedreiro e montador até 1993. Mas meu esporte era pescar, então comecei a criar peixe em 2005 e continuo até hoje”, disse o produtor.
Raimundo e mais três produtores formaram uma associação e trabalham em parceria na Barragem Santa Cruz do Apodi, no Rio Grande do Norte. Cada um tem 25 gaiolas que totalizam 40 mil tilápias.
A principal época de comercialização é a Semana Santa, que chega a uma tonelada do peixe. Os bons números foram conquistados com ajuda da Assistência Técnica e Gerencial (ATeG) do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar) do estado.
A ATeG recebida pelos produtores de Apodi é uma iniciativa do programa AgroNordeste, parceria entre o Senar, Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e Agência Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural (Anater), com o objetivo de melhorar a renda das famílias rurais.
O atendimento teve início em setembro de 2020. O técnico responsável visita individualmente os produtores e passa orientações para melhorar a qualidade do peixe. Uma das principais mudanças foi na alimentação. Os produtores passaram a dar ração fracionada, da fase inicial até a fase adulta dos peixes.
“Com uma grama nós começamos a dar o pó. Com 15 dias fazemos a biometria do peixe, aí passa para um granulado. E vai mudando até chegar ao ponto de engorda”, explicou Raimundo.
Outra orientação técnica foi feita para evitar a mortalidade dos animais, que está dentro do padrão de 10%.
“Eles fazem a medição dos alevinos na chegada e durante o processo de produção, como o PH da água, os cuidados necessários com a densidade de peixes em gaiola, até porque isso tem uma importância muito grande na oxigenação”, disse o supervisor da ATeG Senar RN, Antônio Evandi.
Os produtores construíram a sede da associação com direito a depósito, freezer e internet. A esposa de Raimundo, Marileide de Oliveira Gurgel, fica responsável pela parte gerencial. Ela anota tudo o que o casal gasta na criação e também recebe as encomendas.
“Antes nós perdíamos vendas, porque os clientes não tinham como se comunicar com a gente. Agora com a internet nós recebemos o pedido e quando vamos para a cidade já levamos a encomenda”, explicou Marileide.
O plano da família é aumentar a produção e conseguir beneficiar o produto, melhorando o preço da venda.
Fonte: Assessoria de Comunicação CNA